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Reações do público


Os mediadores do setor educativo da 33ª Bienal são parceiros fundamentais na construção deste arquivo alternativo. Durante a exposição, de setembro a dezembro, estamos em contato com eles em tempo real a partir de um aplicativo de mensagens instantâneas. Parte das reações do público presenciadas por eles é registrada aqui. 

 

Na sala onde está o vídeo de Tamar Guimarães
– Moça, isso foi filmado aqui no prédio?
– Sim!
– E esse caixão, onde tá?
– O caixão já foi embora.
– Ah... porque eu queria enterrar um menino aqui (risos).

Registro da mediação com crianças da Escola Estadual Amelia Moncon Ramponi

 

Sobre a obra de Luiza Crosman 
(uma mineradora de criptomoedas)
– Será que ela vai conseguir fazer dinheiro suficiente para pagar pela própria obra?


Sobre a obra com seis mil cogumelos de Antonio Ballester Moreno
– Parece que é a ideia de que ele comeu esses cogumelos, ficou locão e depois pintou esse sol do Egito ao lado das pirâmides.

Ainda sobre os cogumelos de Antonio Ballester Moreno
– Será que a mudança de cores dos cogumelos foi uma preocupação para representar as diferentes etnias do Brasil?

Garota de sete anos sobre a obra de Antonio Ballester Moreno que representa pingos de chuva
– A pessoa ficou presa e foi marcando os dias com risquinhos na parede.


Diante do espaço vazio no segundo andar, próximo da obra de Nelson Felix
– O prédio fica fechado durante a noite?

– Sim, fica.
– Já pensarem em criar aqui um hotel noturno para pessoas carentes poderem dormir?

Garoto de dez anos sobre uma das pinturas de Vânia Mignone
– Parece a Gretchen.
 

Um jovem sobre a exposição curada pela artista Sofia Borges
– Amei o TCC da Sofia Borges na relação fotografia x pintura, em formato de curiosidades, versão veludo.


Educadora de um Centro de Educação Infantil sobre a obra de Tunga,
no núcleo da Sofia Borges

– Sabe o que isso parece, né?

(pausa)
– Macumba. 

Aluna do 7° ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental da Vila Nova Cachoeirinha sobre uma das obras de Lucia Nogueira
– É isso mesmo, faz todo o sentido. Os brancos matam os pretos. 
 

Narrativa coletiva criada por alunos do 5° ano de uma Escola Municipal de Ensino Fundamental de Campinas, durante a visita ao núcleo de Sofia Borges
"Antes tudo era um planeta cheio de luzes, bichos. Todos os bichos eram cegos. As rochas ainda não eram formadas. Tudo era grande e misturado e colorido com o sol se pondo. Aves estranhas botavam ovos dourados. As sanguessugas foram acabando com a humanidade. Surgiu uma doença chamada spiritofilia que matou todas as sanguessugas. Só que foi deformando as pessoas. Tinha uma semente gigante, caiu um raio, abriu ela. E o conteúdo era curativo. A semente e os raios também fizeram surgir montanhas. Começaram a surgir outros planetas coloridos e começou a surgir água. Começou a surgir plantas e árvores. Então foi possível fazer um barco e transportar quem estava doente pra um lugar seguro onde tinha sementes. E aí eles começaram a fazer objetos de barro."

Visitante na exposição de Sofia Borges, ao saber que as obras serão trocadas ao longo da exposição
– Pô, mas aí vou ter que vir todo dia?
 
 
Conversa entre um adolescente e uma mediadora nas pinturas de Siron Franco
– Aquela ali parece uma freira safada.
– Uma freira safada?!
– É... tem uma cruz, mas o desenho tá todo errado.
A mediadora ri e fala para o adolescente:
– Sabe... essa pintura me dava uma sensação muito ruim, mas agora sempre que olhar para ela vou lembrar de você e da freira safada.
O adolescente sorri, satisfeito.
 
 
Na instalação de Nelson Félix, uma mulher aponta para os cactos que ficam entre pregos de metal
– Provando do próprio veneno!